sexta-feira, 16 de agosto de 2019

CARTA AS SETE IGREJAS DA ÁSIA - ESMIRNA


Texto base: Apocalipse 2.8-11
 Juntamente com Filadélfia esta foi uma igreja que não recebeu nenhuma repreensão divina. Mesmo assim Cristo frisou que ela passaria por várias tribulações, todavia deveria manter-se fiel ao Senhor até mesmo mesmo diante da morte, pois a coroa da justiça seria a sua garantia final.
Deus se alegra de nossa perseverança e anseia nos recompensar com a nossa vitória eterna.

A CIDADE DE ESMIRNA: Vimos na lição anterior que Éfeso era a primeira maior cidade da Ásia Menor. Nesse contexto Esmirna era a segunda mais importante cidade desta localidade no período em que a carta fora escrita.
Conhecida por sediar um grande comércio e riqueza, em termos geográficos se localizava a 40km ao norte de Éfeso. Apelidada de “O porto da Ásia”. Atualmente é uma das mais importantes cidades da Turquia e ponto turístico procurado por pessoas de várias partes.
A IGREJA DE ESMIRNA: Provavelmente fundada pelo Apóstolo Paulo quando este pregava em Éfeso (At 9.10). Seu nome significa “mirra” uma especiaria muito utilizado no mundo antigo. Esta igreja possuía dois inimigos ferrenhos: Os judaizantes que se opunham ao cristianismo e os não judaizantes que eram fieis a religião romana e ao imperador. Assim como a mirra esta igreja era apertada pela perseguição, todavia em meio as lutas o bom perfume de Cristo era exalado mostrando o seu real valor.

ESTRUTURA DA CARTA:
v.8 “Isto diz o Primeiro e o Último” O modo como Cristo se apresenta a esta igreja demonstra o seu poderio. Ao afirmar ser o Primeiro Ele reforça a ideia de que todas as coisas surgiram com Ele “no princípio”.  Ao afirmar ser o Último, traduz a ideia de que Ele julgará a todos. Ao afirmar que era “o... que foi morto e reviveu” Ele testifica de que os nossos pecados foram vencidos com a sua morte e agora Ele está vivo e os nos justifica. De tal modo a Sua morte nos proporcionou salvação e sua vida Graça diária para todos os que crerem em Seu nome.
v.9 “Eu sei as tuas obras...” Cristo conhecia as três características desta igreja: Tribulação, pobreza e blasfêmia dos que se dizem judeus. Aqui está um elogio a esta igreja diante do sofrimento.
Tribulação: Era algo constante para aquela igreja que, como bons soldados de Cristo, precisariam ser fieis. A palavra tribulação vem do grego thlipis que significa ser apertado, espremido. Esse era o contexto desses cristãos, mas a perseverança em Deus foi a maior recomendação (Tg 1.12).
Pobreza: A tribulação gerou pobreza. Apesar da precariedade externa ela era uma igreja era rica de fé. Por fora não havia riquezas, mas espiritualmente desfrutava de uma fartura divina.
Blasfêmia dos que se dizem judeus... Eram aqueles que diziam ser o único povo da aliança. Estavam presos a ritos para que fossem vistos, o que Paulo, seguindo o exemplo de Cristo, veementemente combateu (Rm 2.28,29). Eram perseguidores dos cristãos.  A coisa era tão terrível que Cristo denomina o lugar de culto desse grupo como Sinagoga de Satanás. Este lugar que deveria ser dedicado ao culto a Jeová para os judeus se tornara num lugar de articulação e oposição aos cristãos. Em vez de pregar a Palavra propagavam o erro. Como a sinagoga era de satanás eles se reuniam para atender os propósitos do inimigo.
v.10 “Nada tema das coisas que hás de padecer...” O alerta de Cristo é claro, pois a fidelidade desta igreja a Ele resultaria em lutas no presente como no povir. Observe que não se trata de um pedido, sim uma ordem. Padecer significa sofrer mau físico ou moral e também ter resistência, suportar. Os cristãos de Esmirna enfrentariam lutas das mais diversas, entretanto resistiriam com a graça de Deus.
v.10 “Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão...” O inimigo usa os seus agentes para neutralizar o avanço da igreja de Cristo. Os tiranos são instrumentos do inimigo, pois a perseguição não vem de Deus. A prisão ao longo da história é vista como local de reflexão e, para quem permite, amadurecimento. Durante o governo de alguns imperadores romanos ser cristão era uma situação bem delicada, vejamos alguns exemplos:

* Para Trajano ser cristão era considerado um crime.
* Para Antonino Pio o cristão era uma ameaça para o Estado.
* Para Marco Aurélio o cristianismo era uma ameaça aos deuses.
* Décio restaurou os sacrifícios aos deuses e obrigou os cristãos a negarem a sua fé, caso contrário morreriam.
* Diocleciano matou cerca de 6 milhões de cristãos.

Diante de tanta perseguição as catacumbas de Roma foram palcos de grandes reuniões para muitos de nossos irmãos.
A expressão para que sejais tentados Fala de um propósito do inimigo. Algumas tentações são consequências de nossas ações e outras como objetivos de Deus. Ao afirmar que tereis uma tribulação de dez dias Cristo, através de João, está frisando a intensidade da perseguição, todavia ela seria curta, pois Deus havia dado o prazo (dez dias). A tribulação é necessária para mostrar quem é sincero ou não, aquele que é falso e o que é verdadeiro. Como a igreja de Esmirna era mista, a tribulação serviria como uma peneira de Deus para provar os fiéis. O joio blasfemaria, entretanto o trigo permaneceria.
Historicamente este período teve início em 303 d.C. e estendeu-se até 313 d.C. no governo de Diocleciano e Galério.
v.10 “Sê fiel até a morte... coroa da vida” Realmente os primeiros cristãos, assim como Cristo, encarariam a morte em forma de martírio por não negarem a fé em Cristo. Por esta razão Ele foi incisivo ao dizer até a morte.
Como Esmirna era conhecida por sediar jogos atléticos a coroa de louros e os troféus eram comuns aos vitoriosos. Só receberia a recompensa aquele que fosse fiel. Aos cristãos, as Escrituras nos afirmam, está reservada a vida eterna (Tg 1.12). Aqui fala da fidelidade em meio aos sofrimentos, o que humanamente falando soa contraditório, porém nesse contexto a nossa fé se mostra genuína... Observe que há uma recompensa (coroa) para substituir a pobreza terrena. A vida que entregamos na obra do Senhor será recompensada com uma melhor e eterna. Somente a igreja de Esmirna e Filadélfia Cristo deu a garantia de coroa (Ap 3.11).
v.11 “Quem tem ouvidos ouça... as igrejas” Cristo, apesar de estar falando com apenas uma igreja, não ordenou que o apóstolo João escrevesse à igreja, sim às igrejas. Essa expressão traduz a ideia de que Ele falou com aquela igreja naquela ocasião e continua falando com a igreja ao longo dos anos.
v.11 “Ao que vencer não sofrerá dano da segunda morte” A salvação é a maior garantia dos vitoriosos. Biblicamente falando há três tipos de morte:  espiritual, física e eterna. Esta última fala da condenação final aos perdidos, aqueles que não aceitaram a mensagem de Cristo. Os crentes morrem uma vez e ressurgem para a vida eterna enquanto os ímpios são punidos com a segunda morte, a saber, a eterna.
A expressão que separa os salvos é esta não sofrerá dano da segunda morte, ou seja, de maneira alguma morrerá, mas partirá para a vida Eterna.

Deus vos abençoe ricamente!
Paz!
Pr. Daniel Aguiar

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