domingo, 11 de dezembro de 2016

Olhando para o invisível

“Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que não se veem; porque as que se veem são temporais, e as que não se veem são eternas”.  (2 Coríntios 4. 18)

O apóstolo nutria em seu coração uma grande preocupação com o modo de vida dos servos de Cristo nos primeiros anos da Era Cristã. Mais adiante, ainda falado com a igreja em Corinto em sua segunda carta, nos deixou registrado:


                           “Porque andamos por fé, não por vista”. (2 Coríntios 5.7)

            Esse tipo de comportamento é uma visão contraditória ao século atual. É comum vermos pessoas vivendo por consequência dos fatos, na certeza de que seus investimentos darão certo, porquanto a lei da semeadura é uma verdade (Salmo 126.5,6). Por esta e muitas outras razões um emaranhado de pessoas vive por aquilo que se pode ver, aquilo que é palpável e garantido. Não escolhem viver por aquilo que é certo, sim pelo que dará certo. É triste o fato de tais pessoas desconhecerem que tudo isso é passageiro e um dia terminará e este será o seu galardão. Assim vaticinou Paulo aos cristãos da Galácia:

“Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará”. (Gálatas 6.7)

            Em meu livro Crescendo como o cedro no Líbano apresentei o modelo de vida pregado pelo sistema vigente onde tudo precisa ser visto e tal condição é, para muitos, sinônimo de prosperidade.
As pessoas estão cada vez mais fixas naquilo que visivelmente dará certo. Lamentavelmente tal realidade foi importada para o seio da igreja do Senhor Jesus. Muitos vivem um pseudo-evangelho, popularmente conhecido como o evangelho do interesse. Quantos com suas atitudes estão dizendo que só vão a determinada igreja por que lá o lucro de seus investimentos é certo. Se investirem no “Reino” dez ganharão cem, contribuindo com cem automaticamente lucrarão mil e assim por diante.
É o conhecido evangelho da barganha – Um engano de satanás.
            Viver com a visão voltada para as possibilidades não é o que Deus projetou para nós.
Muitos olham para o mundo e se garantem na sega do que semeou, contudo tudo aqui passa:

“E o mundo passa, e a sua concupiscência também; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre”. (1 João 2.17)

            Em contraste a isso, tudo o que fazemos para o Senhor e seu Reino está gerando uma grande recompensa no futuro:

“Mas esforçai-vos, e não desfaleçam as vossas mãos, porque a vossa obra tem uma recompensa”. (2 Crônicas 15.7)


            Que possamos, como servos de Cristo, quebrar os paradigmas estabelecidos pelo mundo e agirmos como O Senhor tanto deseja.
              Cristo, através de Paulo, nos ensina a agir como autênticos cristãos, olhando para o que não se pode ver. Pode parecer ilógico dizer que o sábio Mestre nos convida a olhar para o invisível, pois se é invisível não se pode ver. Digo que você está inteiramente correto, entretanto não estamos falando como homens naturais, sim como espirituais que discernem as coisas espiritualmente.

“Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” (1 Coríntios 2.14)

Por mais insano que pareça é mais simples do que se possa imaginar. Em suma, Cristo está nos convidando a exercer a nossa fé. Atentando para o que não se pode ver é olhar para Aquele que não podemos ver, mas sabemos que é real, pois sentimos a sua presença e ouvimos a sua voz.
As Escrituras nos apresentam inúmeros relatos de pessoas que deixaram a visão humana de lado, pararam de olhar para o visível, e dirigiram sua visão para o invisível, a saber, para o poder sobrenatural de Deus.
O próprio patriarca Jó é um grande exemplo disso. Este possuía todas as razões para entregar os pontos, cair numa depressão e loucura da vida. O contraste é claro entre o servo do Senhor provado e a sua esposa leiga das coisas de Deus. Contudo, mesmo diante deste martírio, Jó nos deixou claro que a sua visão, a sua fé e o seu amor não estavam nas coisas passageiras deste mundo (1 João 2.15), mas na certeza de que seu Deus estava vivo, contemplando a sua fidelidade e reservando um dia de glória para ele:

“Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, ainda em minha carne verei a Deus”. (Jó 18.25,26)

Que exemplo de fé e paciência!
Não teríamos esse registro se nosso irmão não perseverasse até o fim.
Esta é a posição que Deus espera cada um de nós.
Olhar para o invisível nos aproxima de Nosso Senhor. Assim como aconteceu com o patriarca, que mesmo sendo um homem sincero, reto, temente a Deus e que se desviava do mal (Jó 1.8) não deixou de passar por sua adversidade, mas sobre toda ela triunfou olhando para o Senhor em vez de olhar para o que limitava a sua visão, para aquilo que freava a sua fé. O resultado disso foi que ele se aproximou tanto de Jeová que no final de seu livro reservou um espaço para nos informar que:

“Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos”. (Jó 42.5)

Que O Senhor a cada dia amplie a nossa visão e que seu colírio precioso esteja sobre nosso olhos a fim de nos fazer enxergar suas grandezas (Apocalipse 3.18).

Pr. Daniel Aguiar
Cabo Frio/ RJ
11/12/2016

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