“Não atentando nós
nas coisas que se veem, mas nas que não se veem; porque as que se veem são
temporais, e as que não se veem são eternas”. (2 Coríntios 4.
18)
O apóstolo nutria em seu coração uma grande preocupação com o modo de vida dos
servos de Cristo nos primeiros anos da Era Cristã. Mais adiante, ainda falado com a igreja em Corinto em sua
segunda carta, nos deixou registrado:
“Porque andamos por fé, não por vista”. (2 Coríntios 5.7)
Esse tipo de comportamento é uma
visão contraditória ao século atual. É comum vermos pessoas vivendo
por consequência dos fatos, na certeza de que seus investimentos darão certo,
porquanto a lei da semeadura é uma verdade (Salmo
126.5,6). Por esta e muitas outras razões um emaranhado de pessoas vive por
aquilo que se pode ver, aquilo que é palpável e garantido. Não escolhem viver
por aquilo que é certo, sim pelo que dará certo. É triste o fato de tais
pessoas desconhecerem que tudo isso é passageiro e um dia terminará e este será
o seu galardão. Assim vaticinou Paulo aos cristãos da Galácia:
“Não erreis: Deus não se deixa escarnecer;
porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará”. (Gálatas 6.7)
Em meu livro Crescendo como o cedro no Líbano apresentei o modelo de vida
pregado pelo sistema vigente onde tudo precisa ser visto e tal condição é, para
muitos, sinônimo de prosperidade.
As
pessoas estão cada vez mais fixas naquilo que visivelmente dará certo.
Lamentavelmente tal realidade foi importada para o seio da igreja do Senhor
Jesus. Muitos vivem um pseudo-evangelho, popularmente conhecido como o
evangelho do interesse. Quantos com suas atitudes estão dizendo que só vão a
determinada igreja por que lá o lucro de seus investimentos é certo. Se
investirem no “Reino” dez ganharão cem, contribuindo com cem automaticamente
lucrarão mil e assim por diante.
É o
conhecido evangelho da barganha – Um engano de satanás.
Viver com a visão voltada para as
possibilidades não é o que Deus projetou para nós.
Muitos
olham para o mundo e se garantem na sega do que semeou, contudo tudo aqui
passa:
“E o mundo passa, e a sua concupiscência
também; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre”. (1 João 2.17)
Em contraste a isso, tudo o que
fazemos para o Senhor e seu Reino está gerando uma grande recompensa no futuro:
“Mas esforçai-vos,
e não desfaleçam as vossas mãos, porque a vossa obra tem uma recompensa”.
(2 Crônicas 15.7)
Que possamos, como servos de Cristo,
quebrar os paradigmas estabelecidos pelo mundo e agirmos como O Senhor tanto
deseja.
Cristo, através de
Paulo, nos ensina a agir como autênticos cristãos, olhando para o que não se
pode ver. Pode parecer ilógico dizer que o sábio Mestre nos convida a olhar
para o invisível, pois se é invisível não se pode ver. Digo que você está
inteiramente correto, entretanto não estamos falando como homens naturais, sim
como espirituais que discernem as coisas espiritualmente.
“Ora, o homem
natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem
loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” (1
Coríntios 2.14)
Por
mais insano que pareça é mais simples do que se possa imaginar. Em suma, Cristo está nos convidando a exercer a nossa fé. Atentando para o que não se
pode ver é olhar para Aquele que não podemos ver, mas sabemos que é real, pois
sentimos a sua presença e ouvimos a sua voz.
As Escrituras
nos apresentam inúmeros relatos de pessoas que deixaram a visão humana de lado,
pararam de olhar para o visível, e dirigiram sua visão para o invisível, a
saber, para o poder sobrenatural de Deus.
O
próprio patriarca Jó é um grande exemplo disso. Este possuía todas as razões
para entregar os pontos, cair numa depressão e loucura da vida. O contraste é
claro entre o servo do Senhor provado e a sua esposa leiga das coisas de Deus.
Contudo, mesmo diante deste martírio, Jó nos deixou claro que a sua visão, a
sua fé e o seu amor não estavam nas coisas passageiras deste mundo (1 João 2.15), mas na certeza de que seu Deus estava vivo, contemplando a sua
fidelidade e reservando um dia de glória para ele:
“Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a
minha pele, ainda em minha carne verei a Deus”. (Jó
18.25,26)
Que
exemplo de fé e paciência!
Não
teríamos esse registro se nosso irmão não perseverasse até o fim.
Esta
é a posição que Deus espera cada um de nós.
Olhar
para o invisível nos aproxima de Nosso Senhor. Assim como aconteceu com o
patriarca, que mesmo sendo um homem sincero, reto, temente a Deus e que se
desviava do mal (Jó 1.8) não deixou de passar por sua adversidade, mas sobre
toda ela triunfou olhando para o Senhor em vez de olhar para o que limitava a
sua visão, para aquilo que freava a sua fé. O resultado disso foi que ele se
aproximou tanto de Jeová que no final de seu livro reservou um espaço para nos
informar que:
“Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas
agora te vêem os meus olhos”. (Jó 42.5)
Que
O Senhor a cada dia amplie a nossa visão e que seu colírio precioso esteja
sobre nosso olhos a fim de nos fazer enxergar suas grandezas (Apocalipse 3.18).
Pr. Daniel Aguiar
Cabo Frio/ RJ
11/12/2016
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