Vez ou outra alguém me pergunta
sobre o episódio final da vida de Judas Iscariotes, um dos doze discípulos de
Cristo, cujo nome significa filho de Queriote
ou natural de Queriote. No ministério de
Cristo, mesmo aparecendo por último na listagem dos apóstolos, possuía um cargo
de destaque – era tesoureiro do ministério de Jesus. O evangelista João fundamenta
tal ofício e ressalta a índole má de Judas (João 12.4-6).
Seu apego ao dinheiro o levou a
cometer o pior ato de sua vida, vender Cristo para os romanos por trinta moedas
de prata. Após realizar tal ato ele volta arrependido aos príncipes dos sacerdotes
e anciãos visando corrigir seu erro, mas estes não se importaram com o traidor.
Em Mateus 27.5b diz que após todo esse contexto ele:
“retirou-se e foi se enforcar”
Outro texto que retrata seus últimos momentos
foi escrito por Lucas em Atos 1.18:
“e precipitando-se, rebentou pelo meio, e todas as suas
entranhas se derramaram”
Na verdade não há contrariedade entre as duas
referências, sim uma complementação. Há quem negue a morte dele por
enforcamento, alegando que o fato dele
ter “ido se enforcar” não quer dizer
que ele tenha de fato se enforcado.
A maioria dos estudiosos defendem a ideia de
que ele realmente tenha se retirado para se enforcar, porém o lugar escolhido
era pedregoso e cheio de oscilação. Acredita-se que ao se enforcar (Mateus
27.5b) a corda ou o galho tenha se partido e ele despencou, tendo como resultado,
o seu corpo se rompido e as suas entranhas se espalhado, conforme a versão do
médico Lucas (Atos 1.18).
A maioria se apega aos escritos de Mateus, pois
ele era discípulo de Cristo e escreveu diretamente para os judeus. Lucas era um
médico grego que seguiu os apóstolos e foi diretamente discipulado pelo
apóstolo Paulo. Por esta razão ele se preocupa em fazer uma "autópsia" histórica do corpo de Judas através dos relatos dos discípulos. Levando em consideração que ele não se encontrava presente e sequer viveu no
mesmo período que Judas se suicidou.
Paz!
Cabo
Frio/RJ, 26.11.16
Um comentário:
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